Sunday, August 27, 2006

José de Alencar - 'Lucíola'

cadeira de estudante/
ROMANTISMO - José de Alencar, Lucíola.
CANDIDO,Antonio.Formação da Literatura Brasileira. 2.vol.5a.ed.
(excertos)

- José de Alencar, volta ao romance em 1862, com Lucíola. Nesse romance J.Alencar prova sua experiência teatral: na firmeza do diálogo, o senso das situações reais, o gosto pelo conflito psicológico (excelente livro).
- Há três Alencares. O primeiro, ......, o segundo, ....... e o terceiro, embora contendo traços dos outros dois, porém formado por elementos pouco heróicos e pouco elegantes, mas denotadores de senso artístico e humano. Esse Alencar está bem definido em Lucíola. Lucíola e Senhora, são os únicos romances em que a mulher e o homem se defrontam num plano de igualdade.
- Em Alencar há um sociólogo implícito. Os seus romances ganham força por causa dos problemas ocasionados pelo disnivelamento nas posições sociais, que acabam afetando a afetividade dos personagens. - Essas posições sociais, evidentemente, ligadas ao nível econômico - preocupação central dos seus romances urbanos. Para Alencar, a sociedade brasileira é um campo de concorrência pela felicidade e bem-estar. A segurança e a solidez estão encarnadas no comerciante e no fazendeiro.
- O capitalismo acaba com todos os sonhos. Só resta a alienação da consciência, que na sociedade burguesa, veio a ser a prostituição da inteligência ou do sentimento. - carreirismo político e casamento com mulher rica.

Em Lucíola - a inviabilidade das relações normais entre um jovem ambicioso de boa família e uma meretriz. A vida de Lúcia é condicionada por situações conflituosas: a pureza da infância, o sacrificio da honta à saúde do pai; a brutalidade com que é violentada. A inocência perdida é o sonho da pureza futura (que desabrocha ao toque do amor) tanto quanto o asco à prostituição. A luxúria com que sugjugava os amantes é um recurso profissional, por onde escondia o ser puro. A sensualidade desenfreada é um recurso mais de auto-punição, técnica masoquista de reforço do sentimento de culpa. No romance, recurso usado por Alencar, representa uma dialética do passado e do presente, cujo desfecho é a redenção final.

Desarmonia - /o contraste de uma situação, duma pessoa ou dum sentimento normal, e tido por isso como bom, com uma situação, pessoa ou sentimento. - a luxúria do velho Couto, a prática do vício , transforma a personalidade de Lúcia. - é o choque do bem e do mal. A depravação com que Lúcia se estimula e castiga ao mesmo tempo, cujo momento culminante é a orgia promovida por Sá - (tapetes de pelúcia escarlate, quadros vivos abcenos, flores e meia luz.

Alencar tem sensibilidade aguçada para ver o mal, o recalque, o anormal como impecilhos à perfeição - essa é uma dialética do bem e do mal, característica da ficção romântica.
A

0 Comments:

Post a Comment

<< Home