Sunday, August 27, 2006

José de Alencar - 'Lucíola'

cadeira de estudante/
ROMANTISMO - José de Alencar, Lucíola.
CANDIDO,Antonio.Formação da Literatura Brasileira. 2.vol.5a.ed.
(excertos)

- José de Alencar, volta ao romance em 1862, com Lucíola. Nesse romance J.Alencar prova sua experiência teatral: na firmeza do diálogo, o senso das situações reais, o gosto pelo conflito psicológico (excelente livro).
- Há três Alencares. O primeiro, ......, o segundo, ....... e o terceiro, embora contendo traços dos outros dois, porém formado por elementos pouco heróicos e pouco elegantes, mas denotadores de senso artístico e humano. Esse Alencar está bem definido em Lucíola. Lucíola e Senhora, são os únicos romances em que a mulher e o homem se defrontam num plano de igualdade.
- Em Alencar há um sociólogo implícito. Os seus romances ganham força por causa dos problemas ocasionados pelo disnivelamento nas posições sociais, que acabam afetando a afetividade dos personagens. - Essas posições sociais, evidentemente, ligadas ao nível econômico - preocupação central dos seus romances urbanos. Para Alencar, a sociedade brasileira é um campo de concorrência pela felicidade e bem-estar. A segurança e a solidez estão encarnadas no comerciante e no fazendeiro.
- O capitalismo acaba com todos os sonhos. Só resta a alienação da consciência, que na sociedade burguesa, veio a ser a prostituição da inteligência ou do sentimento. - carreirismo político e casamento com mulher rica.

Em Lucíola - a inviabilidade das relações normais entre um jovem ambicioso de boa família e uma meretriz. A vida de Lúcia é condicionada por situações conflituosas: a pureza da infância, o sacrificio da honta à saúde do pai; a brutalidade com que é violentada. A inocência perdida é o sonho da pureza futura (que desabrocha ao toque do amor) tanto quanto o asco à prostituição. A luxúria com que sugjugava os amantes é um recurso profissional, por onde escondia o ser puro. A sensualidade desenfreada é um recurso mais de auto-punição, técnica masoquista de reforço do sentimento de culpa. No romance, recurso usado por Alencar, representa uma dialética do passado e do presente, cujo desfecho é a redenção final.

Desarmonia - /o contraste de uma situação, duma pessoa ou dum sentimento normal, e tido por isso como bom, com uma situação, pessoa ou sentimento. - a luxúria do velho Couto, a prática do vício , transforma a personalidade de Lúcia. - é o choque do bem e do mal. A depravação com que Lúcia se estimula e castiga ao mesmo tempo, cujo momento culminante é a orgia promovida por Sá - (tapetes de pelúcia escarlate, quadros vivos abcenos, flores e meia luz.

Alencar tem sensibilidade aguçada para ver o mal, o recalque, o anormal como impecilhos à perfeição - essa é uma dialética do bem e do mal, característica da ficção romântica.
A

Friday, August 25, 2006

Romantismo_Alfredo Bosi

HISTÓRIA CONCISA DA LITERATURA BRASILEIRA
Alfredo Bosi – Cultrix. 1994
(p.91 –103) - (fichamento)

A situação dos vários românticos
segundo o autor, fica muito difícil dar uma definição abrangente do romantismo, tamanha a riqueza de detalhes que o caracteriza. No geral, o amor e a pátria, a natureza e a religião, o povo e o passado são vistos de maneira totalmente especial.

A Revolução Industrial e ascenção da burguesia

ROMANTISMO _segundo Alfredo Bosi

HISTÓRIA CONCISA DA LITERATURA BRASILEIRA
Alfredo Bosi – Cultrix. 1994
(p.91 –103) - (fichamento)

A situação dos vários românticos
segundo o autor, fica muito difícil dar uma definição abrangente do romantismo, tamanha a riqueza de detalhes que o caracteriza. No geral, o amor e a pátria, a natureza e a religião, o povo e o passado são vistos de maneira totalmente especial.

A Revolução Industrial e ascenção da burguesia

A POESIA ROMÂNTICA: o eu e a natureza

Cadeira de estudante/
LITERATURA BRASILEIRA
Luis Roncari
(resumo) (p.312-323)

A POESIA ROMÂNTICA: O EU A NATUREZA

Tem-se que separar poesia da prosa e os dois do teatro. Tendência romântica é misturar estilos. Iracema de José de Alencar – mistura traços épicos com expressão poética.

Citar autores é um outro problema. São muitos. Autor seleciona três: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves.

Antecedentes: A Revolução Francesa e Industrial mudaram o mundo. O romantismo se situa no ponto de transição – capitalismo X burguesia.

Poeta romântico – inconformista.
Mundo burguês – mundo medido em moeda: tecidos, legumes, o trabalho, as idéias, os afetos, o amor.
Em O Guarani, os valores são: a honra, os sentimentos puros, a dignidade, a fidelidade. Tudo isso não têm preço, não são mercadorias, objetos de troca – não podem ser comprados ou vendidos.
Como resultado, a visão romântica secciona o mundo em duas partes distintas: uma, a da vida social, concentrada nas cidades, um espaço criado pelo homem, porém hostil a ele mesmo e ao amor; e outra, a da natureza, o campo, tanto mais natural e verdadeira quanto mais próxima da sua origem e do seu Criador e quanto mais longe estiver da ação humana, transformadora e civilizadora. (p.313-4)

O homem romântico – homem urbano, que foge da cidade para o campo – para a natureza. Sua atitude é mais de recusa do que crítica. Não é uma delegação poética como os árcades, transferindo para a pastora ou pastor o sofrimento. Aqui é ele, o eu-poético que se evade. O poeta romântico se acha eleito dotado de gênio, diferente dos outros homens. O valor da obra não está somente nela e sim na capacidade do eu-poético: “ eu senti” “eu vivi” – tem que comover o leitor.

Os temas dos românticos: fortes , chocantes, comoventes. Pretendem provocar no leitor não a catarse(compaixão ou terror da tragédia, mas a exaltação e valorização do poeta). Como ele sente que o mundo é pequeno para sua alma grande, se volta à natureza que a considera ampla e exuberante o bastante para irmanar-se com ela. Por isso ele se faz um observador e quanto mais, mais importante ele se torna. Daí surgem os heróis na natureza.

Gonçalves Dias (1823-1864)
Canção do Exílio.
Duas características da poesia romântica: a expressão lírica do eu e o canto de guerra e dos indígenas brasileiros, - poesia indianista.

Poeta romântico – um demiurgo: senti o mundo, a natureza, a divindade e expressa-os de forma integral, reunindo: pensamento e sentimento, coração e entendimento, paixão e idéia. Sente o que está fora de si e expressa o que está dentro de si, ele cria a poesia - um meio para que o leitor o veja. – o que importa para ele é o artista, o elemento vital do fazer artístico. A criação apenas serve como meio, recurso de comunicação. Se o artista conseguir comunicar-se, confessar-se pelo seu intermédio, está realizada a arte.

Thursday, August 24, 2006

Lingüística -Estrangeirismos

(fichamento)
Elementos pré e pós romanos
- substrato ( ibéricos, celtas e basco)
balsa, manteiga, arroio, esquerdo, bezerro, cachorro, zorra.

Elementos pós-romanos:
- superstrato: elementos germânicos (visigodos, suecos e álanos)
luva,elmo, roubar, guerra.
germânica:
norte-sul-leste-oeste

- adstrato: invasão árabe
álgebra, xarope, chafariz, alfaiate, alfine, azeite, arroz, zero, alface, aldeia.

Elementos de línguas neolatinas.
Devido as condições de Brasil-colônia e as relações de Portugal com países vizinhos, os elementos importados foram introduzidos na nossa língua a partir da Idade Média, oriundos das demais línguas neolatinas, também ainda em formação na época, temos um grande acervo estrangeirismos, como: galicismos (jogral, trovador, linhagem, chaminé, maré,etc), do espanhol(lhano, fandango, tango, bobo, saleiro,etc), do italiano (piloto, prova, escolher, amainar,soneto, terceto, andante, sonato, alegro, colombina, caricatura,etc), e ainda romenos, galego, rético, sardo ( estes sem influência).

Elementos de línguas européias não-latinas
Alguns elementos foram introduzidos pelo intercâmbio cultural e político:
Do alemão: quartzo, gnaisse, cobalto, interlândia, kaiser,etc.
Do holandês: quermesse.
Da Escandinávia: níquel, fiorde e sauna.
Do russo: czar, estrogonofe, esputinique, inteligentsia. novos: perestroika, glasnost.
Do húngaro: xardas.
Da Polônia: polca.
Do inglês: bife, rosbife, lanche, vagão, pudim, túnel, rum, esportes (inglês),videoteipe, biônico, cartum(Est.Unidos). Alguns vocábulos são usados no Brasil e não em Portugal(gay, stand, stress,etc).
helenismo: (do grego) anjo, bispo, encíclica, filosofia, metafísica, caligrafia, telefone, etc.
hebraico: Jeová, Maria, Jacó, sábado, páscoa, amem, satanás, etc.

Elemenos não-européias.
Época do descobrimento:
Da Ásia: nanquim, chá, bule, manga, canja, cáqui,etc.
Da África: banana, zebra, girafa,etc
Da América espanhola: chocolate, xícara, tomate,etc.
Da América portuguesa: (flora e fauna) amendoim, arara, pernambucano, Peri, Jaci(gentílicos).
Português do Brasil (indígenas e falares africanos) - constituem termos que não estavam incorporados no português de Portugal; camundongo, moleque, senzala, abacaxi, mandioca,etc.

Padrão morfológico português
O léxico da língua portuguesa é formado por um aglomerado de etnias, que é impossível separar. A língua não é apenas o léxico (palavras). Ela é também formada por uma estrutura fraseológica, morfológica e fonológica única. No caso da nossa língua essa estrutura originou-se do latim popular. As primeiras bases dessa estrutura foram criadas para estabelecer a língua portuguesa, então quando se importa um termo novo, ele tem que passar pelas linhas gerais dessa língua e moldar-se à sua estrutura morfológia e fonológica. Por exemplo: 'stress' foi adaptado para 'estresse', porque na nossa língua não se admite um vocábulo iniciado por 's' desacompanhado de vogal. Os verbos que entram na língua tomam como paradígma a primeira conjugação.

Mecanismos de Ampliação do léxico
O léxico vive em expansão. As palavras pertencem ao universo lingüístico (significação interna (morfemas gramaticais - organização e estrutura interna da língua - nesse ponto a língua é conservadora. artigos, preposições, pronomes relativos, alguns advérbios,etc. ) e extralingüísticos(advérbios nominal, verbo, adjetivo, substantivo) - cresce continuadamente e relaciona-se com o mundo exterior.
Os neologismos têm a enorme função de acompanhar a evolução humana.
Toda língua viva tem seus próprios mecanismos de ampliação do léxico - adoção e adaptação ao termo novo -- criatividade (vários processos). No nosso caso, -- o empréstimo.

Abordagem sóciolingüística
Novos lexemas - surgem por questões internas ligadas à evolução da fala, as atividades humanas e as mudanças sociais.
A parte da lingüística que estuda essas questões é a sociolingüística. Por esse prisma a linguagem é vista como criação.
A regra é baseada na seleção de uso e na prática do falante, sendo que a língua é um fato social e é interindividual. Partindo do estudo do léxico pode-se explicar a vida de uma sociedade.




Lingüística -Estrangeirismos

(fichamento)
Elementos pré e pós romanos
- substrato ( ibéricos, celtas e basco)
balsa, manteiga, arroio, esquerdo, bezerro, cachorro, zorra.

Elementos pós-romanos:
- superstrato: elementos germânicos (visigodos, suecos e álanos)
luva,elmo, roubar, guerra.
germânica:
norte-sul-leste-oeste

- adstrato: invasão árabe
álgebra, xarope, chafariz, alfaiate, alfine, azeite, arroz, zero, alface, aldeia.

Elementos de línguas neolatinas.
Devido as condições de Brasil-colônia e as relações de Portugal com países vizinhos, os elementos importados foram introduzidos na nossa língua a partir da Idade Média, oriundos das demais línguas neolatinas, também ainda em formação na época, temos um grande acervo estrangeirismos, como: galicismos (jogral, trovador, linhagem, chaminé, maré,etc), do espanhol(lhano, fandango, tango, bobo, saleiro,etc), do italiano (piloto, prova, escolher, amainar,soneto, terceto, andante, sonato, alegro, colombina, caricatura,etc), e ainda romenos, galego, rético, sardo ( estes sem influência).

O galego foi um caso à parte, porque durante algum tempo a língua falada em que se bifurcou no momento da independencia, tendo como origem


italianos:
piloto, prova,

ADRESO_LINGÜÍSTICA - estrangeirismo

EMPRÉSTIMOS LINGÜÍSTICOS
Nelly Carvalho – Editora ática . 1989

(resumo)

Introdução
A introdução da obra procura valorizar os recursos da língua falada que proporciona o relato de acontecimentos históricos, resgatando arquétipos. Esses textos estão contidos nos gêneros das fábulas, contos, lendas e parábolas, os quais relatam com muita simplicidade o comportamento das pessoas em todos os seus aspectos: sociais, culturais, psicológicos e até lingüísticos.

Foi apresentado uma fábula, cujos personagens são constituídos pela Língua Portuguesa e todos os tipos de estrangeirismos e a contrariedade daquela contra os empréstimos lingüísticos. Finalmente a Língua reconhece que se forem excluídos todo estrangeirismo, ela ficaria vazia.

Acervo lexical
O acervo lexical de uma língua é constituído pelo Léxico. Esse inventário tem como unidade básica os morfemas, que são as partes mínimas significativas. Há os morfemas lexicais e os gramaticais. Estes últimos são em número limitado, fazem parte da estrutura lingüística e não mudam; os lexicais estão em permanente renovação e não causam prejuízo no fenômeno da comunicação. Por isso, os lingüistas fazem distinção entre léxico e gramática.

Sincronia e Diacronia
De acordo com Saussure a língua deve ser analisada nos seus dois aspectos: sincrônico e diacrônico. Entende-se como sincronismo a observação da língua tal como se encontra em uma determinada época e diacrônico a observação histórica da língua na sua permanente elaboração.
No caso da Língua Portuguesa, fazendo um estudo retroativo, constata-se que, o que numa época foi neologismo, em outra torna-se arcaísmo e o que representa 'estrangeirismo' com o passar do tempo, torna-se termo comum do léxico.
Portanto, é através da fala que se processam as mudanças de uma língua e essas mudanças são inevitáveis em todas as áreas. O acervo de nossa língua originou-se no 'latim vulgar', uma modalidade popular, sendo os modelos do latim clássico usados apenas para um modelo mais elaborado. Não se esquecendo da contribuição de muitos vocábulos de diferentes etnias que se incorporaram na língua através dos fenômenos políticos e imigratórios.

Wednesday, August 23, 2006

ROMANTISMO - Os gêneros (fichamento)

cadeira de estudante/(fichamento)
2006/ 23 de agosto
CÂNDIDO,Antonio. Presença da Literatura Brasileira 8a.ed.1977
ROMANTISMO - Os gêneros

Todos os gêneros tiveram grande importância no romantismo. Mas, na poesia está o maior destaque. O poeta se exprimia livremente. No Brasil, os pré-românticos: José Bonifácio de Andrada e Silva, Almeida Garret, Ferdinand Denis. Mas a reforma romântica cabe a Gonçalves de Magalhães: poesia lírica, épica e teatro. Ele deu ênfase ao sentido moral, religioso e nacionalista. - é mais objetivo do que subjetivo. Surgem outros: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Junqueira Freire: preocupações com a linguagem, o homem na sociedade contemporânea, subjetivismo da inspiração, fantasia. Qual o ponto? - desprezo pelas convenções e restrições da poesia clássica e pela linguagem mitológica. Liberdade de criação no gênero poético. Ruptura com esquemas rítmicos.
Cultiva-se: odes patrióticas, temas sociais e políticos, inspiração religiosa e da natureza, versificação rica, colorida. Meditação diante da natureza.

O teatro romântico tem suas bases na tragédia e comédia clássica, teatro shakespeariano, drama burguês. Mistura-se os gêneros e surge o teatro moderno. No Brasil, introduz as transformações operadas na Europa: Gonçalves de Magalhães. João Caetano também introduz inovações no tema central: momento importante da história.
Concepção moderna: aproximação dos "contrários".

Exemplos significativos: J. Alencar, Joaquim M. Macedo e outros.
Na comédia as modificações são menores.
A ficção - (romance,novela e conto)- gêneros preferidos pelo Romantismo. Retoma tradição séc.XVIII ( carater moralizante). As características gerais: detalhes de costumes e de cor local - presença da natureza junto a sentimentalidade dos personagens. Exaltação à nobreza de caráter em oposição à vilania.

Romance com bases em quadros históricos e medieval.
Os heróis, presentes no indianismo.
Romantismo brasileiro se dividia entre a corte e o campo/ o sertão e a provìncia. Carater de objetividade: narrativa em 3a. pessoa. Se o tom for confidencial, o romance em 1a. pessoa.
(p.209-215)

Saturday, August 19, 2006

ROMANTISMO - temas (fichamento)

cadeira de estudante/(fichamento)
2006/ 19 de agosto
CÂNDIDO,Antonio. Presença da Literatura Brasileira 8a.ed.1977
ROMANTISMO - temas:

Paul van Tieghem distingue três aspectos do movimento romântico:
- romantismo interior, que diz respeito ao homem, ao ser sentimental, moral e intelectual.
- romantismo exterior, a visão de mundo do homem, os gestos.
- romantismo na arte literária, diz respeito à expressão e à forma.
Estilo - determinado pelo tratamento dos temas (originais do momento ou retomados do passado).
O que realmente se cultivou no romantismo: sentimento da natureza, atitude religiosa, o amor, a infância, o lar, a patria. Atitudes perante a moral e a sociedade. Curiosidade ao mundo exterior(exotismo). Literatura popular, nacionalismo. Atitudes pessoais imitadas (byronismo).
No lirismo romântico - constantes: amor, religião, natureza, sociedade. - não se esquecendo dos direitos do coração. Amor livre de conveniências - justificado somente perante Deus.
A imagem da mulher triparte-se: mulher-pureza(Senhora, J.Alencar), mulher-sedução(Lucíola, J.Alencar), mulher-envilecida. - No geral, prevalece o amor romântico, força redentora e reintegradora. Dos insucessos e a não correspondência sentimental, surge a melancolia (G.Dias e F.Varela). Ardor da adolescência lutando contra impulsos eróticos ( Álvares de Azevedo, C.de Abreu). - Quando as coisas fraquejam - invoca-se religião e natureza. Cultivam a dúvida, mas exprimem a fé.
O romântico é curioso - povos e civilizações, cor e regiões longínquas. Valoriza-se a Idade Média, a Bíblia, antigos monumentos, cancioneiros. Da tendência do medievalismo, surge o nosso indianismo (G.Dias, G.Magalhães - A Confederação dos Tamoios).

- Fechando - a temática romântica: reivindicação da liberdade de exprimir a vida - condição interior e inadequação com a realidade.
(p.205-209)

ROMANTISMO - definição (fichamento)

cadeira de estudante/-(fichamento)
2006/ 19 de agosto
CÂNDIDO,Antonio. Presença da Literatura Brasileira 8a.ed.1977
ROMANTISMO

entendendo a definição
O romantismo no século XVIII, na Alemanha e Inglaterra, espalhando-se para a França e demais países da Europa, o romantismo, ou melhor, o pré-romantismo antecede a renovação libertadora que ocorre no início do séc. XIX. A mudança ocorre nas atitudes de expressão, preferências temáticas e inspiração fora dos modelos clássicos. (Necessário lembrar que o barroco já tomava essa ruptura). Conserva o virtuosismo técnico na linguagem como o barroco e se libertaum tanto da formalidade.

Lei imposta pelo romantismo: sentido de aventura e da criação individual - cada escritor concebe sua própria poética.
No início, tamanha foi a variedade de inovações, que têm-se dificuldade de se obter uma obra que represente todas as características.
Muitas figuras românticas deixaram suas impressões pessoais nas suas obras, o que as caracterizou no movimento: Byron e Musset. E outros, modelos de sentimentalidade e da ideologia românticas, Lamartine, Chateaubriand, Walter Scott, Shelley, Goethe, Victor Hugo.
(...)homem romântico surge como uma expressão de uma nova ordem social, moral, religiosa e econômica, e se ele exprime ao mesmo tempo a sua experiência individual, é porque se deixa envolver pelo clima do momento, enquanto é uma síntese do próprio momento.(p.204)

Características dominantes:
- ruptura do equilíbrio da vida interior, com o triunfo da intuição e da fantasia.(aspiração X realidade).
- o romântico ao contrário dos clássicos, exprime a insatisfação do mundo contemporâneo: inquietude, tristeza, aspiração vaga, anseio de algo melhor do que a realidade, inconformismo social, ideais políticos e de liberdade. Tem o coração como medida da sua existência.
- cultiva o amor e a confidência ou vai à renúncia e isolamento - busca a natureza.
- sentimento religioso, amor à patria e à humanidade.
- pula de dentro de si para as grandes causas sociais e da realidade.
(p.203 - 205)

ROMANTISMO_Panorama hist. literário

cadeira de estudante/
2006/ 19 de Agosto
Panorama histórico literário
Nasce na Alemanha e Inglaterra, fim do século XVIII, depois passa para França, Itália e demais países da Europa. Domina a primeira metade do século XIX. O que havia antes? - os clássicos (equilíbrio, perfeição, clareza, harmonia, disciplina). O espírito conseqüente da Revolução Francesa(1789), com o prestígio econômico da Revolução Industrial(1760), o romantismo é um movimento que vai se opor a tudo que existia,baseado nos clássicos. Ansiando o desejo de liberdade da classe burguesa, que comemora a vitória sobre a nobreza, classe decadente e a literatura baseia-se na imaginação e sentimentalismo. Porisso diz-se que é uma literatura fantasista, impetuosa, sonhadora, intuitiva e libertária. Na verdade, o ruptura da ordem estática dos clássicos começa no barroco. O barroco se lança à renovação de temas, mas ainda com disciplina formal, o que o romantismo renova deixando essa formalidade, mas com sentimento de contemporaneidade vibrante.

Surge uma literatura das massas burguesas, jornais, revistas, livros de grande tiragem. São características desse movimento: o subjetivismo, ou seja, o individualismo, o culto do eu. Suas experiências pessoais e íntimas são diretamente abordadas: os amores, as dúvidas, as ânsias, as paixões - ora otimista, ora melancólica. Cada escritor concebe seu próprio estilo poético, a lei é: aventura e criação individual.

O nacionalismo é outra característica do romantismo. As tradições populares, o folclore e a história de sua pátria. Ama a região onde mora, a terra natal. Disso surge o naturismo: mata virgem, o heroísmo do índio, as guerras entre eles, os rios, os mitos. Surge também o medievalismo: corrente na Europa, abordando a guerra entre cristãos e árabes e a vida nos castelos. Historiadores consideram essas duas tendências como escapismo, ou seja, ânsia de evasão, desejo de fuga da realidade vivida.
A liberdade, a terceira forte característica do romântico. Rompe-se com as normas rígidas da composição clássica: novos ritmos, novas combinações métricas, nova poesia. Surge o drama no teatro em oposição à tragédia grega. Em oposição ao soneto clássico, surge o poema (lírico ou épico). No gênero narrativo surge o romance, a novela e o conto.
Na linguagem, retoma um pouco o estilo barroco, muitas figuras de linguagem: hipérbole, metáfora, antítese. Muitos adjetivos, frases coloridas e sonoras. Às vezes o ritmo se aproxima até da fala.

ROMANTISMO EM PORTUGAL
2006/ 19 de agosto
Surge com Almeida Garrett com o poema Camões, em 1825. Também Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco.

ROMANTISMO NO BRASIL
2006/ 19 de agosto
Surge no Brasil, no Período Regencial, com a publicação de ' Suspiros Poéticos e Saudades' de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836. Foi época de formação de muitos mitos, período da independência política. Consolida-se na literatura com 'Primeiros Cantos' (1846), de Gonçalves Dias, e 'O Guarani' (1857), de José de Alencar.

Quais os mitos? - índios honrados e heróicos, rios, matas, cheiros, bichos e flores os mais encantadores do planeta. Beleza incomparável para os céus, os mares, as estrelas.

Com a chegada da família real ao Brasil, de um momento para o outro, Rio de Janeiro sofre uma mudança radical: D. João chega ao Brasil com uma população de 10.000 pessoas. Entre eles havia: nobres, funcionários públicos, exército, intelectuais e artistas. Rio de Janeiro deixa de ser uma cidade colonial. Suas calçadas foram pavimentadas, iluminadas, higienizadas. Instalou-se no Rio, a Biblioteca Nacional, a Imprensa Nacional, o Jardim Botânico, o Banco do Brasil, a Escola de Belas Artes, com muitos artistas franceses, um teatro de grandes proporções, que recebia muitas companhias européias.

Autores românticos no Brasil
na poesia:
1a. geração: Indianismo/Naturismo (década(40-50))
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto-Alegre.
2a. geração: Byronismo/Ultra-Romantismo (década (50-60))
Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela.
3a. geração: Condoreirismo/Poesia Social (década 60-70))
Castro Alves, Tobias Barreto, Pedro Luís
na prosa:
Teixeira e Souza: O filho do pescador,1843
Joaquim Manoel de Macedo: A Moreninha, 1844
Manoel Antonio de Almeida: Memórias de um sargento de milícias, 1852-53
José de Alencar: O Guarani,1857
Bernardo Guimarães:O seminarista, 1872
Visconde de Taunay:Inocência,1872
Franklin Távora: O cabeleira, 1876